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De Schumpeter a Nostradamus: o Mercado e a Profecia do Engano — Os 3 vencedores do Nobel de Economia em 2025 parecem confirmar o que os profetas apenas pressentiram: que o fim não viria pela escassez, mas pelo excesso de fé no mercado e da cegueira diante do real

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 O Prêmio Nobel de Economia de 2025, concedido a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt, celebra o poder da “destruição criativa” — a velha metáfora schumpeteriana, segundo a qual o progresso nasce do colapso. É a redenção renovada do incêndio: para inovar, é preciso deixar o velho queimar. Mas o que eles não dizem — e o que transforma seu otimismo em cegueira — é que, no século XXI, a destruição criativa migrou do campo econômico para o campo informacional. O motor do crescimento já não é apenas a invenção de tecnologias, mas a destruição das certezas, a obsolescência programada da própria verdade.   Eis a distorção capitalista que os nobéis não ousam tocar: a inovação atual não destrói apenas produtos ou empresas, mas a confiança coletiva, a coesão social e a capacidade de discernimento. O capital aprendeu a lucrar não com o conhecimento, mas com a ignorância fabricada — e isso é o que podemos chamar de a besta da desinformação, o grande anticristo do século XXI, o qua...

O século XXI: A besta da desinformação como o nosso maior anticristo? Se Nostradamus acertou no conteúdo — o engano — provavelmente errou na forma — a pessoa.

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Se o anticristo de Nostradamus nunca vestiu farda, coroa ou manto vermelho, talvez porque ele não seja um homem de carne e osso — mas um algoritmo. Um ente invisível que habita as redes, alimenta-se de cliques e reproduz-se à velocidade da histeria. A desinformação, mais do que um sintoma, é o próprio anticristo de nosso tempo: não surge para destruir corpos, mas para devorar corações e mentes, especialmente os que ainda buscam sentido em coisas do que na alma das pessoas. Nostradamus imaginou o Anticristo como uma força de engano global, um sedutor das massas, um mestre da mentira que arrastaria multidões ao erro. Ele apenas errou a forma — não seria um tirano de carne e osso, mas uma arquitetura de dados, uma máquina de distorcer o real. As fake news são suas profecias reversas: não anunciam o futuro, fabricam-no, moldando percepções e corroendo a ideia de verdade até que tudo se torne relativo — exceto o lucro das big techs. A desinformação é o milagre invertido: multiplica o pã...

Capitalismo — Falência da Prosperidade Prometida e do Marketing da Esperança? Crepúsculo dos Homo Sapiens? Harari e Fischer tentam responder!

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  O contraste entre a utopia tecnológica otimista de Yuval Noah Harari e o diagnóstico sombrio do Realismo Capitalista de Mark Fisher é talvez o melhor prisma para compreender o zeitgeist contemporâneo — um tempo em que o futuro foi sequestrado pelo lucro e a esperança virou ativo especulativo. Enquanto Harari, o historiador pop israelense de projeção global, empacota o mito do “homem capitalista infalível” em best-sellers como Homo Deus, Mark Fisher — o pensador marxista e professor que via na cultura o campo de batalha do capitalismo — ergue a contranarrativa radical. Sua frase icônica, “é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo”, condensa o drama do nosso tempo: a prisão psicológica e simbólica que faz do capitalismo o único horizonte concebível, limitando até mesmo nossa capacidade de desejar qualquer novo sem os capitalistas.  Fisher não se contentou em denunciar essa anestesia social; buscou, em obras como Desejo Pós-Capitalista, traçar as rota...

Proposta de Grade Curricular Básica Pré-IA, pensada para formar humanos antes de formar usuários de prompts e redes sociais

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Estamos propondo um esboço de uma Grade Curricular Básica Pré-IA , criada para formar humanos antes de formar usuários de prompts e redes sociais — uma escola capaz de preparar crianças e adolescentes para conviver com a inteligência artificial sem perder a inteligência humana. Essa proposta nasce da pedagogia freiriana, da neurociência afetiva e da ecologia do conhecimento: aprender com o corpo, com o outro e com o mundo. É, ao mesmo tempo, um projeto e manifesto — uma recusa ao velho tripé “quadro, professor, aluno” que ainda estrutura o ensino como se o tempo tivesse parado no giz. Afinal, se uma IA responde a uma prova de 90 questões do CNU/FGV em dois minutos, enquanto um humano leva seis horas, o problema não está no aluno — está no modelo, na lógica educacional capitalizada e punitiva que mede mérito pela memória e não pela experiência. Essa proposta nasce de um dado incômodo: o modelo atual está em colapso. Segundo a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis/O...

Pedagogia do Oprimido de Experimentação Interativa na Era da IA: Por uma Educação que não concorra com poder de memória da IA

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Uma proposta de tese de doutorado aos meus seguidores para repensar a educação no século XXI   O Paradoxo Revelador   Se uma IA resolve a prova do CNU/FGV em 2 minutos enquanto um humano leva 6 horas, o problema não está no aluno — está no modelo de ensino. O sistema educacional ainda reproduz a lógica fabril da obediência e da memorização, tratando o saber como mercadoria e o silêncio como virtude. Na era da inteligência artificial, insistir em provas que premiam a capacidade de decorar e em grades curriculares extensas sem profundidade é como tentar alimentar uma usina solar com carvão: anacronismo disfarçado de tradição.    A Urgência de um Novo Paradigma Educacional  Precisamos de um modelo educacional radicalmente diferente — uma pedagogia que una experiência, criatividade e diálogo, em vez de submissão e repetição. Uma base educacional enxuta e profunda, adequada aos tempos de bancos de dados quânticos e processamento exponencial de informaç...

As 10 fagocitoses em curso no Brasil: empobrecendo, enriquecendo, erotizando, multando, taxando...

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Etimologia da palavra ligada à Biologia: fagocitose, do grego phagein (comer) + kytos (célula). É o processo biológico em que amebas e glóbulos brancos engolem partículas — uma metáfora perfeita para descrever como certas forças sociais, políticas e tecnológicas devoram tudo ao redor. 1ª fagocitose — a política extremista O jornalista Reinaldo Azevedo foi certeiro: a família Bolsonaro fagocitou o centrão e grande parte da direita, transformando quase todo o país numa extrema-direita envergonhada. E para dar uma ajudinha aos novos sacanas, o centrão fagocitado vai ajudar a aprovar o fundão eleitoral ainda mais gordinho: 5 bilhões de reais! Não por convicção, mas por absorção forçada. O que restou da esquerda se resume a um Lula cada vez mais preso ao seu próprio vernáculo em extinção. Não que eu queira... 2ª fagocitose — o crime organizado O PCC fagocitou uma enorme parte do aparato judicial, policial — e até financeiro ali na santificada Faria Lima. Servidores do Estado, muitas veze...

Até que ponto é plausível que exista uma conexão — direta ou indireta — entre Steve Bannon, estrategista do trumpismo, e o pesquisador brasileiro Geraldo A. Seabra, criador da Teoria dos Newsgames?

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A pergunta foi submetida a três inteligências artificiais — a do X (antigo Twitter), ChatGPT e DeepSeek — até que ponto Steve Bannon, mentor do trumpismo, poderia ter "plagiado" ou se inspirado em teses da Teoria dos Newsgames, desenvolvida pelo professor e pesuisador brasileiro, Geraldo A. Seabra. Contudo, embora pareça improvável, não pode ser totalmente descartada. Do ponto de vista objetivo, os três prompts foram uníssonos em dizer que é quase impossível quantificar a probabilidade de Bannon ter acessado diretamente os artigos de Seabra no Blog dos Newsgames blogdonewsgames.blogspot.com.br , no ar desde 2007. A disseminação de ideias na esfera digital é complexa e frequentemente indireta, especialmente quando envolve conexões intelectuais não explícitas entre teorias acadêmicas, produção midiática alternativa e estratégias de manipulação política. Sabe-se, porém, que Bannon é um consumidor voraz de teorias marginais, textos não convencionais e experimentos digitais que...