Na versão 4.0 do prePrint do artigo científico Game Boliche da Desinformação

Na versão 4.0 do prePrint do artigo científico Game Boliche da Desinformação, colocamos em perpectiva a relação entre a letra "X" correspondente ao strike no boliche e a rede social "X" de Elon Musk. Notaremos que essa relação vai muito além da coincidência do nome. O sinal gráfico "X" tem sido uma marca recorrente nos empreendimentos de Musk, desde o X.com (precursor do PayPal) até o advento da SpaceX. A fixação pela antepenúltima letra do aflabeto grego é tanta que Musk deu nome de X a um de seus 12 filhos, fruto do relacionamento do bilionário com a cantora Grimes. Como CEO de diversas empresas, Musk utiliza o grafema como um símbolo de inovação radical e disrupção. No caso da plataforma "X", ex-Twitter, a ideia parece ser transformar a rede social em um ecossistema completo, incorporando pagamentos, inteligência artificial e outras funcionalidades, assim como um jogador de boliche mira não apenas em um único pino, mas na jogada perfeita. Mas qual sua relação com a Metáfora do Boliche a partir da qual este artigo foi inspirado? Ambos simbolizam uma tentativa de causar impacto total: no boliche, o strike representa o máximo desempenho, derrubando todos os pinos de uma só vez. Já na rede social, Musk busca um domínio absoluto da comunicação digital, eliminando concorrentes e reformulando o conceito de mídia social, colocando em prática a ideia supremacista do pensamento único que garante a ele e seus seguidores mais poder político e econômico, vide eleição de Trump pela segunda vez.Por outro lado, assim como um strike pode ser difícil de replicar constantemente, Musk enfrenta desafios para converter o "X" em um sucesso absoluto. Em 2024, o rebranding da marca gerou confusão e resistência, assim como uma tentativa malsucedida de strike pode deixar pinos estratégicos de pé. Ainda assim, Musk aplicou duas máximas que se infere a partir do filme O Jogo da Imitação (2014), inspirado na vitória dos Aliados na II Guerra Mundial: maximização estratégica e minimização de perdas. No final das contas, o que importa é vencer: Musk se tornou em 2025 o homem forte do presidente dos EUA, Donald Trump, apenas três anos após ter adquirido o Twitter (2022) por US$ 44 bilhões. Mas até os poderosos enfrentam reveses. E coube ao filho X de Musk reafirmar que o poder pode ser enganador. Durante uma coletiva de imprensa no Salão Oval, o Garoto X disparou contra Trump: — “Eu quero que você cale a sua boca!” “Você não é o presidente, precisa ir embora. Cala a merda da sua boca!” Diante de uma Casa Branca estupefata, o vídeo viralizou nas redes sociais e críticos de Trump comentaram que o garoto X disse o que muitos oposicionistas gostariam de dizer. Ironicamente, o Garoto X deu uma pista sobre como contrapor narrativas baseadas em pinos de mentira: surpreender os algozes da democracia com narrativas surpreendentes. Mas que tipo de narrativa ainda teria o poder de desestabilizar os arquitetos da manipulação denunciados na Metáfora do Boliche? Para Seabra & Santos (2012-14), apenas os games, como emuladores de informação e notícias, seriam capazes desse feito. Colocada dessa forma, conclui-se que os games, enquanto mera diversão, ainda terão longa vida por alimentar essa cultura da dissimulação da qual fazem parte Trump, Bannon, Musk e todos os donos de big techs. Confira o prePrint.

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