Confira prePrint 13.0 do artigo científico - A Metáfora Invertida do Boliche e os 8 Pinos do Bolsonarismo

Nessa versão 13.0 do prePrint do artigo científico Game Boliche da Desinformação, vamos para a memorável noite do dia 10 de julho de 2025, quando o presidente Lula surpreendeu a todos ao escolher a velha guarda da comunicação — o Jornal Nacional (JN) — como palco para um contra-ataque político e diplomático em horário nobre. Por cerca de 15 minutos, o líder brasileiro rebateu com firmeza a ofensiva tarifária[1] de Donald Trump, que impôs taxas de 50% sobre produtos brasileiros. Mais do que um gesto de protecionismo econômico, a medida de Trump soou como uma sanção político-ideológica, uma retaliação disfarçada ao alinhamento de Lula com o multilateralismo e com uma ordem internacional menos subserviente ao eixo Washington–Tel Aviv–Vale do Silício. Numa noite de quebra de paradigmas midiáticos, Lula não recorreu ao Twitter/X, nem convocou lives no Instagram. Optou por algo que não se via há mais de uma década no mundo: um chefe de Estado usando a mídia tradicional para disputar narrativa, não apenas cliques. Como num retorno cinematográfico, Lula pareceu evocar um John Wick midiático — saindo do exílio algorítmico para encarar de frente o cerco simbólico do imperialismo digital. Mas, em vez de armas, usou velhos signos narrativos: soberania, pragmatismo e articulação política. Durante a entrevista, Lula também mencionou a Lei da Reciprocidade, sinalizando possíveis retaliações comerciais, e criticou diretamente a tentativa de Trump de interferir no julgamento de Jair Bolsonaro no STF — uma atitude vista como ataque à soberania institucional do Brasil. Naquela noite memorável, Lula não resgatou apenas o senso de soberania nacional da nação, mas e sobretudo resgatou a célebre frase atribuída a McLuhan: “Nenhuma mídia mata a outra.” A afirmação é frequentemente atribuída a Marshall McLuhan (1911-1980), teórico da comunicação, mas não é uma citação literal de sua obra. Reflete, porém, uma ideia central de seu pensamento. Segundo McLuhan, as novas mídias não eliminam as antigas, mas as reconfiguram, criando um ecossistema midiático cumulativo. Por exemplo:

O rádio não matou o jornal; 
• A TV não matou o rádio; 
• internet não matou a TV.

Cada meio encontra um novo papel na paisagem comunicacional. Na obra "Understanding Media" (1964), McLuhan introduz a ideia de que "o conteúdo de qualquer meio é sempre outro meio". Por exemplo: "O conteúdo da escrita é a fala, assim como o conteúdo da imprensa é a escrita, e o conteúdo da TV é o cinema" (Marshall McLuhan, 1964). Isso implica que as mídias coexistem e se reinterpretam mutuamente. Hoje, discute-se se essa tese ainda vale. As plataformas digitais (como redes sociais) absorveram funções de mídias tradicionais (jornais, rádio), mas não as extinguiram — transformaram seu uso e relevância. McLuhan diria que a função social de cada meio se adapta, não desaparece. "Nós moldamos nossas ferramentas e, depois, nossas ferramentas nos moldam." ("We shape our tools and then our tools shape us.") Embora McLuhan não tenha dito exatamente "nenhuma mídia mata a outra", a frase sintetiza sua visão de que a evolução midiática é um processo de acréscimo, não substituição. É uma perspectiva otimista sobre a resistência das mídias ante inovações — e um convite para analisar como novas tecnologias ressignificam as antigas, em vez de enterrá-las. Sob essa perspectiva, Lula resgatou a essência comunicativa de McLuhan ao optar por responder à carta de Trump usando avelha TV e não as redes sociais como virou moda em 2025. Acesse prePrint 13.0 do artigo científico.

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