Alarde no Jornal Nacional sugere campanha jurássica da TV contra os Gamers


Atualizado às 17h07 - 08/07
“Uma notícia que vai interessar a milhões de pais aflitos do mundo todo: a Inglaterra abriu a primeira clínica do mundo para atender crianças e adolescentes viciados em videogames’. Foi assim que o Jornal Nacional abriu uma reportagem produzida por Marcos Losekann, direto de Londres. Na matéria, o repórter faz alarde sobre um tema de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo de jovens e crianças. Contudo, de forma enviesada. Na reportagem, Losekann não mencionou o fato de que algumas pesquisas apontam que a minoria dos jogadores de games são viciados (jogam mais de 4 horas) em jogos eletrônicos. Segundo levantamentos on-line feitos recentemente pelo site PC Advisor Poll, 12,9% dos usuários jogam games por mais de 20 horas por semana. Outros 8,4% responderam que jogam entre 10 e 20 horas por semana, enquanto 9,6% disseram jogar de 5 a 10 horas por semana, o que totaliza 21,3% do total entrevistado que se encaixa no perfil considerado de jogadores heavy players. Pela mesma pesquisa, 18,1% responderam que jogam pelo menos uma hora a cada semana. Outra pesquisa revela ainda que a média dos jogadores viciados gira em torno dos 35 anos, portanto fora da polêmica faixa etária abaixo dos 18 anos. O repórter finalizou a matéria citando o doutor Richard Graham, diretor da clínica de viciados em games, segundo o qual, o uso dos games deve ser feto de forma moderada. Certamente! Isso não vale apenas para os games, vale também para qualquer atividade humana. Contudo, ninguém questiona o absurdo de trabalharmos mais de 12 horas por dia para conseguir manter nossas famílias. Nos Estados Unidos, os workaholics (pessoas viciadas em trabalho) são até premiadas financeiramente por optarem por levar esse tipo de vida social. Para combater qualquer mal que os games possam ocasionar, a reportagem não mencionou o fato de que crianças e adolescentes, inclusive, adultos, deveriam ter uma dieta balanceada de mídias. Ou seja, poder ter acesso de maneira regular a teatro, cinema, dança, esporte, enfim, cultura de uma forma geral. Mas, na verdade, o que está por trás de reportagens com essa é o fato de a Galáxia dos Gamers estar em franco crescimento e ameaçar o reinado de mais de 100 anos da velha mídia (também em alguma medida da nova mídia). Os números não mentem! Numa análise financeira da Microsoft para o site Blomberg, concluiu-se que a gigante dos softwares faturou nada menos que um bilhão de dólares com a rede online de games no último ano fiscal, que se encerrou no dia 30 de junho. Ora, ora! Querem demonizar um suporte midiático que turbina a cognição do sujeito, independente da idade. Por quê? Em última análise, o que está por trás dessa campanha contra os games é uma luta jurássica da velha mídia contra os novos suportes de conteúdo midiáticos. Quer saber quem vai ganhar essa guerra, Não, sim, talvez, quem sabe... É de muito bom tom você procurar saber para onde o mundo está nos levando.

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